Provavelmente você ja deve ter ouvido os termos Mentira Compulsiva, Mentira Patológica ou até mesmo Mitomania, ou seja, pessoas que mentem demais. Este é um assunto que sempre me indagou então decidi fazer algumas leituras para entender um pouco melhor o tema. Encontrei muitos artigos esclarecedores e gostaria de compartilhar um pouco do que li, com vocês. Será um breve resumo para não ficar um texto muito extenso, mas os links estarão abaixo para quem quiser ler mais.
A afirmação de que todos nós mentimos está presente em quase todas as redações, apesar de não serem citadas pesquisas que comprovem isso. Enfim, supondo que isso seja verdade, a diferença está justamente na condição da mentira, ou seja, no porquê, quando, onde e quantas vezes eu, você e as outras pessoas mentem.
Existe de fato a Mentira Compulsiva, na qual a pessoa tem a compulsão por mentir e não consegue controlar esse impulso, como um vício. O mentiroso compulsivo/patológico pode desenvolver a doença por ter vivenciado situações nas quais a mentira proporcionou algum alívio, seja de algum sentimento ou realidade ruins. Entretanto, ao desenvolver a compulsão por mentir o objetivo não é mais lidar com algo frustrante ou decepcionante. A mentira torna-se um hábito, um vício incontrolável. O mentiroso compulsivo tem consciência da sua situação e sofre por conta disso, pois suas mentiras ocasionam em graus diferentes, prejuízos aos outros e a si, afinal, quanto mais uma pessoa mente mais fica difícil administrar as mentiras.
Outra situação em que a mentira ocorre para compensar uma dor, sentimentos ruins ou realidade inaceitável é na Mitomania. Entretanto, a mentira nesse caso é mais fantasiosa, parecida com um delírio. O mitômano, diferente do mentiroso compulsivo, acredita em suas mentiras, sem ter a consciência de mentir.
Nos casos acima a mentira aparece como fator principal da doença, mas em outros casos pode aparecer como sintoma de outros transtornos. Os mais citados são a Depressão e o Transtorno de Personalidade Antissocial.
Enfim, como havia mencionado no começo do texto, a mentira isolada não é suficiente para diagnóstico. Há necessidade de saber quantas vezes, como e porque se mente, identificando assim o foco do problema.
Em casos não patológicos, em geral, a mentira também ocorre como uma defesa. Por exemplo, para lidar com um sentimento de inferioridade, um garoto pode contar histórias muto mais extraordinárias do que realmente aconteceram para seus amigos, ou então, difamar alguém para sentir-se superior. Quanto maior a mentira, maior o sentimento a ser encoberto.
Em casos de comportamentos mal aceitos pela sociedade, a mentira é usada para encobrir a realidade, mas isso também vai depender de como a pessoa percebe sua própria realidade, de qual sentimento ela tem diante às pessoas.
Fernando Parede
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Referências
Ballone GJ - Sobre a Mentira - in. PsiqWeb, Internet, disponível em <http://www.psiqweb.med.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia=246>. Acesso em 04/01/2015.
Ballone GJ, Meneguette JP - Transtornos da Personalidade, PsiqWeb, internet, disponível em <http://www.psiqweb.med.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia=180>. Acesso em 03/01/2014.
Fischer C. P; Fontes M. A. Mitomania ou mentira compulsiva: O que você precisa saber
sobre este hábito? Disponível em <http://50.23.205.16/~cemp/arquivos/32622_61.pdf>. Acesso em 04/01/2014
Martins, P. C. R. As Várias Faces da Mentira: A Verdade Esclarecida? Disponível em <http://www.aems.com.br/conexao/edicaoatual/Sumario-2/downloads/2013/3/1%20%2838%29.pdf> Acesso em 03/01/2014
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